Saturday, July 03, 2010

memória.

"o amor só vive pelo sofrimento e cessa com a felicidade; porque o amor feliz é a perfeição dos mais belos sonhos, e tudo que é perfeito, ou aperfeiçoado, toca o seu fim."
camilo castelo branco



creio hoje, ciente e funesto, que a dor maior que se tem é a de querer ter o que sempre faltou, a saudade do que nunca se teve. é o tal "contentamento descontente", como disse outrora o 'luís, que nos fascina e almejamos como kamikazes...
é impossível não te lembrar; o tempo parou no meu coração.

2 comments:

ag said...

A citação camoniana - O amor é fogo que arde sem se ver - oferece-nos uma duplicidade de depreensões. E descontextualizando-a e adequando-a aqui, podemos interpretá-la como uma fonte febricitante desse amor, todavia também podemo-la interpretar como uma chama lancinante que nos queima as entranhas até termos sido devorados, por nós próprios. Se a interpretarmos assim, também podemos adequá-la à de Camilo: um amor platónico cuja sua realização é, sem sombra de dúvidas, o seu esmorecimento. Não deixo de achar que tal, também assim fomentado por Fernando Pessoa, não deva conhecer a sua realização se, de facto, algum dia, nunca deixou de ser um fruto genuíno desse acto pusilâmine e laxista de uma idealização - não real. O Amor é cegueira, especialmente se é platónico.
Quanto aos paradoxos, às antíteses e todas as figuras de estilo dignas do coração, hão de passar.

Espero que o que te emprestei te ajude a compreenderes não esse objecto, não é de forma alguma o seu intento, mas sim a ti próprio, que te perdeste numa casa de espelhos.

bruno lopes said...

tem ajudado sim bom guerreiro, ainda mais quando acompanhado de um outro manuscrito, o "diz-me a verdade sobre o amor", que caso não conheças, te aconselho vivamente.. no primeiro há uma abordagem teórica, no segundo somos puxados para a terra. a pouco e pouco a coisa há-de ir.. e obrigado uma vez mais, que nunca é de mais dize-lo..