nomes é o nome de
deus, enumeramos o diabo
e as suas questões como
dobra do nosso pecado, e não
desperdiçamos palavra alguma,
somos os mais silenciosos
súbditos, uma oferenda
débil como um peixe
ainda turvo fora de água
levamos a cruz ao peito
até onde a sombra nos respeita
o luto, deixamos os filhos
abertos ao sol e gritamos, como
se a morte nos ganhasse medo
e os filhos fortalecessem a
partir da fúria, sempre por perto uma
presença estranha, dizemos
que deus seja louvado
e os filhos calam-se
lábios fechados, perante o
nosso olhar, como
uma mudez que lhes seguramos
pela mão
juntamos as coisas onde
densamente fazemos os nossos
mortos comparecer, e
através da saudade seguramos
a ubiquidade do amor
para suportar, mais tarde, o enfraquecimento
radial dos corações
e na deflagração da
luz recolhemo-nos sob
as árvores, são árvores
de fruto, dão sombra
onde somos mostrados com
as frontes activadas e
a sagacidade da fuga ou
esplendoroso sofrimento" V.H.M.
Deixo-vos hoje, apenas, com um companheiro das horas mortas... e entrego-me aos subúrbios do coração. Porque isso é sitio onde não quero entrar tão cedo, tal o medo da desgraça que sei vou encontrar.
"através da saudade seguramos
a ubiquidade do amor
para suportar, mais tarde, o enfraquecimento
radial dos corações"