Monday, February 01, 2010

Daily entry 2.0

Eu mantenho-me de pé, mas tenho o coração de joelhos. Calo-me no silêncio do pânico, enquanto o meu espirito grita no desespero. O dia nunca foi tão noite, e a noite nunca foi tão longa.

Dói. E olha que as dores não se comparam, mas dói.
Dói sentir que de algum modo eu não sou preciso para haver felicidade, que eu não sou útil, que existe muito mais em ti além de mim. Dói.
Sim, é pessimismo, é derrotismo prematuro, é falta de acreditar. Sim, é. Mas já nada sobra neste momento.

Eu sinto-te a partir, ou se calhar, prefiro achar que sinto. Para que quando mo digas, para que quando me expliques as mil e uma razoes pelas quais eu sou um erro, para quando me confrontes com o fracasso que eu sou e o sucesso que podia ter sido, para que quando tu sorrias do outro lado da estrada com esse olhar doce de quem não quer magoar ninguém e não quer mesmo, para que quando tu descobrires que eu não tenho vaga no teu presente e no teu futuro, e que consegues ser mais feliz sem mim que comigo, para que quando tudo isso acontecer e disseres que já não voltas... eu já esteja pronto, e já não implore ridiculamente pelo teu regresso, ou alargue o desfiar dos dias na tua ausência, ou pense até em por um fim ao tempo. Eu prefiro pensar, e talvez até acreditar, já, que falhei, que te falhei, e que nos falhei a nós. E que no meio de tanta falha, não nasce mais ponta de esperança.

Prefiro sentir isso já, para que quando for hora, te deixe partir como mereces: com um sorriso, um desculpa e um obrigado.

No comments: