Saturday, February 13, 2010

Daily entry 2.03

"I was out shopping for a doll
To say the least, I thought I've seen them all
But then you took me by surprise
I'm dreaming bout those dreamy eyes
I never knew, I never knew
So take your suitcase, cause I don't mind
And baby doll, I meant it ever time
You don't need to compromise
I'm dreaming bout those dreamy eyes
I never knew, I never knew
But it's alright...

Everything will be alright.."
T.K.
(hoje o excerto é em inglês porque a escolha tem um particular significado dado o interprete...)


Eu disse a mim próprio que ia durar até amanhã; não durou.
O piano já me caiu sobre a cabeça e eu já perdi o rumo ao barco.

Há metade de mim que está satisfeita, viu uma luz ao fim e ao cabo, mesmo que não fosse aquela com que sonhei; a outra metade entrou em delírio, divagações, desesperos de estados de alma. Concordam num ponto, não há como largar as pontas da corda. Os dados estão lançados, e já não tenho a melhor mão. Mas é justo.
Agora é só fechar os olhos e não dormir, limpar o nariz ás mangas, passar os dias em claro enroscado nos lençóis. E viver. Sem causas ou combates.

Neste momento eu imagino-te dentro de um carro, avançando sem destino, esperando sentir quando for o momento de parar e estacionar. Eu corro atrás dessa viatura, vendo-te do outro lado do vidro, e prometo a mim mesmo, como te prometi a ti, não deixar de te seguir até que descubras onde é o local exacto que procuras. Podem ser milhares de quilómetros, pode só ser daqui a Lisboa, mas eu vou correr atrás e esperar encontrar-te quando parares.
Vou confiar nas minhas pernas e no sentido de orientação, e vou atrás desse carro, desse olhar vago que me lanças do interior desse automóvel.
Enquanto corro, vou-me limitar a isso: correr. E esperar que quando decidas estacionar, me ligues, chames, ou mandes uma carta, dizendo que me guardas-te um espaço na tua nova casa.

1 comment:

Joana said...

Ás vezes partimos sem um aviso, sem sermos capazes de pedir essa corrida.
Quando a viagem parece não ter um fim certo, quando já não é o orgulho que nos vence, surge a necessidade desse aviso, dessa corrida...

Carregas nas palavras uma viagem longa de tão verdadeira.